Cozinha viva: o movimento que une técnicas ancestrais e conexão com a comida
Com as pessoas cada vez mais atentas à alimentação, a frase “Somos o que comemos” nunca fez tanto sentido. São inúmeras as razões que têm nos aproximado da comida e elas passam por questões ambientais, de saúde e, sobretudo, de bem-estar. Afinal, comida é conexão, é reencontro com as raízes e é um ato de amor com nosso organismo. Foi através da união de todas estas frentes, que o casal Flora Latuf e Marco Caterini fundou a Ancestral Cozinha Viva.

Resultado de um ano de vivência na Europa, onde o chef de cozinha Marco se especializou em culinária italiana e Flora fez mestrado em marketing voltado para a gastronomia, o nome do empreendimento resume em poucas palavras aquilo que eles realizam com maestria. Do mergulho nas técnicas culinárias ancestrais, nasce o conceito de cozinha viva, que procura estabelecer outra relação com aquilo que comemos.

Em uma sociedade acelerada, na qual as pessoas compram sem questionar e consomem alimentos ultraprocessados, técnicas de fermentação natural e de produção que respeita a própria sazonalidade da natureza, passam a ser um movimento necessário: “A vida do produto tem que ser maior do que aquela que encontramos no supermercado. Infelizmente a nossa vida hoje, correria, trabalho, filhos, enfim, fez com que as pessoas estivessem ainda mais distantes do processo de produção de cada alimento. Os produtos estão enlatados, mortos. Compramos sem saber, sem questionar… queremos criar um movimento para que as pessoas comecem a se conscientizar daquilo que consomem”, explica Flora.
Fermentação natural
Foi durante os meses que viveram em Florença, que nasceu a paixão pelo kombucha. “Mesmo vivenciando essa imersão na gastronomia italiana, durante o nosso período em Florença, começamos a mesclar a gastronomia local com técnicas de fermentação. O Marco se interessou muito pelo assunto e passou a estudar, testar, até que a nossa casa virou um laboratório. Rs! O kombucha passou a ser ritual. Todos os dias! E os benefícios começaram a aparecer, aí foi amor à primeira vista”.
Da união entre propósito e técnicas ancestrais, a dupla produz iogurte, granola, drinks com kombucha, massas frescas, entre outras inúmeras delícias, todas de acordo com o que a natureza oferece. Ao trabalhar apenas com pequenos produtores locais escolhidos a dedo, eles também estão fortalecendo uma cadeia sustentável de pessoas empenhadas em nos oferecer um alimento de qualidade, com vida.

E neste sentido, a fermentação vai muito além da conservação, já que ela ajuda a dar identidade ao produto: “A fermentação conserva a vida do produto e, além disso, oferece um novo sabor e muitos nutrientes, já que o alimento fermentado se torna ainda mais nutritivo. Juntamos a filosofia da vida daquilo que consumimos, comida de verdade, com a vida real dos fermentados que também fará, muito em breve, parte do nosso portfólio de produtos. Por enquanto temos o iogurte com vida (não pasteurizamos o leite para que a colonia de bacterias continue ali, levando vida), que já é sucesso”.
Alimentação consciente
De todas as revoluções que a pandemia do coronavírus trouxe às nossas vidas, ela também evidenciou que a relação das pessoas com o mundo precisa mudar. E é inegável que, para que o planeta seja mais sustentável, nós precisamos encontrar novas formas de conexão com aquilo que comemos. Desembalar menos e descascar mais é apenas o começo de uma história de amor que precisa recomeçar.

Cozinhar é autocuidado, criatividade e é, principalmente, uma questão de saúde – nossa e do planeta. No entanto, a ancestralidade da marca também está na própria produção, já que são eles que fazem a solutamente tudo sozinhos. “Parece fácil, até você ter que escrever cada etiquetinha a mão, lavar cada potinho, esterilizar, buscar o leite do produtor, encontrar fornecedores, fazer controle de estoque, realizar entregas, cozinhar, lavar, rs… e nesse meio tempo encontrar inspiração para inovar e manter a nossa comunicacao e mensagem vivas. É correria!”, conta Flora.

A consequência de tamanho cuidado, é uma comida repleta de afeto e significado, que nos ensina que desacelerar não significa ir devagar, mas sim recobrar os sentidos, sair do automático e humanizar! Hoje vivendo em Franca – interior de São Paulo, eles preparam um cardápio semanalmente e recebem encomendas via whatsapp
Fotos: Instagram
Capa: Unsplash
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